Creme Gonol - 1911

O anúncio do Creme Gonol chama a atenção logo de início pelo tom promissor: “cura com rapidez” uma série de doenças sexuais e ginecológicas. A ilustração central traz a figura de uma mulher envolta em véus, símbolo de feminilidade e pureza, em contraste com o tema delicado da saúde íntima. A proposta é clara: oferecer alívio rápido e eficaz para problemas considerados tabus na época.

O texto destaca que o produto atuava contra gonorreia, sífilis, úlceras e ainda prometia tratar “flores brancas”, metrite e demais doenças do útero e da vagina. Em um período em que os tratamentos médicos eram limitados e pouco acessíveis, a propaganda apelava para a praticidade e eficácia, reforçando que o creme “não mancha a roupa” e “evita complicações”. Isso revelava tanto uma preocupação estética quanto uma tentativa de passar credibilidade ao público.

Na análise, publicada na Revista O Malho em 7 de outubro de 1911, percebe-se como a comunicação misturava ciência e sedução. O discurso médico convivia com apelos visuais, transformando um remédio em produto de consumo. Esse anúncio é um retrato curioso de como doenças sérias eram tratadas com leveza publicitária, num contexto em que a informação científica ainda não chegava ao grande público com clareza.

Em 1911, na O Malho, o Creme Gonol uniu discurso médico e apelo visual para prometer curas rápidas e eficazes.

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