Ovariuteran - 1935

A imagem mostra uma mulher abatida, mão na testa, bem naquele clima de “cansada de sofrer”. É a porta de entrada para o Ovariuteran, apresentado como o “regulador ideal das funções femininas”. O texto promete alívio para atrasos, cólicas e hemorragias, garantindo que tudo “cede prontamente”, seja na versão líquida ou em drágeas. A retórica é bem direta: os “sofrimentos das senhoras” seriam um verdadeiro suplício — e o produto, fabricado pelos Laboratórios Raul Leite, seria a solução quase milagrosa.

Na análise, publicada na Revista O Malho, em 26 de dezembro de 1935, dá para perceber o quanto a publicidade da época explorava questões femininas com forte apelo emocional. A imagem reforça fragilidade, enquanto o texto se ancora na ideia de ciência e hormônios “ativos do ovário” para dar credibilidade. É um típico anúncio entre a medicina e o marketing: vende alívio, status científico e uma solução rápida, mesmo sem explicar muito o funcionamento. A linguagem paternalista e a estética monocromática completam o retrato de uma época em que a saúde feminina era tratada com simplificações e promessas genéricas.

Em 1935, o Ovariuteran usa apelo emocional e “ciência” simplificada para vender alívio rápido aos incômodos femininos nas páginas de O Malho.

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