Lança Perfume Pierrot - 1931
Em décadas passadas, o Lança Perfume era de livre comercialização. Nos dias de hoje, pode parecer um absurdo, porém a droga era anunciada livremente nos principais jornais e revistas do Brasil. Excesso de demanda provocou falta de lança-perfume no Carnaval de 1931. O anúncio foi publicado na primeira página do Estado de São Paulo. Confira:
O lança-perfume é um produto desodorizante em forma de um spray. O líquido (que é à base de cloreto de etila e acondicionado sob pressão em ampolas de vidro), devido à combinação do gás e do perfume, ao ser liberado forma um fino jato com efeito congelante.
O Lança-perfume foi industrializado pela Rhodia (empresa francesa) e importado para o Brasil a partir de sua sede na Argentina. Em 1922, era fabricado o primeiro Lança-perfume nacional pela Rhodia instalada em São Bernardo do Campo. A marca Rodouro foi muito solicitada nos carnavais brasileiros, até que os foliões passaram a utilizá-la como bebida espirituosa ou inalá-la profundamente. A partir de então, foi proibido o uso em salões e mais adiante a sua comercialização, em meados do século XX. O lança-perfume apareceu no Carnaval em 1904, no Rio de Janeiro, sendo rapidamente incorporada aos festejos carnavalescos de todo o Brasil, principalmente nas batalhas de confete, corsos e, mais tarde, nos bailes. A droga tornou-se símbolo do Carnaval.
Em 1961, por recomendação do jornalista Flávio Cavalcanti, seguida de um decreto do então Presidente Jânio Quadros, o lança-perfume fabricado pela Rhodia na Argentina acabou sendo legalmente proibido no Brasil, após alguns casos de morte de usuários por embriaguez seguida de acidentes fatais. O lança-perfume acelera a freqüência cardíaca, podendo chegar até 180 batimentos por minuto. Aparentemente inofensiva devido ao seu odor, esta droga destrói as células do cérebro e pode levar o usuário a ter desmaios ou, em caso extremos, até à morte (através de parada cardíaca).
Fonte: Reclames do Estadão