Água dos Carmelitas - 1926

A Água dos Carmelitas Boyer era daqueles remédios “para tudo” que faziam sucesso no início do século XX. No anúncio veiculado na revista A Cigarra, na edição de setembro de 1926, ela é vendida como solução milagrosa para problemas digestivos, câimbras estomacais, enxaquecas e até males em tempos de epidemia, como disenteria e febres. O uso recomendado era bem acessível: uma colherada em chá quente com açúcar após as refeições. A ilustração da garrafa e a linguagem direta fazem o leitor acreditar que ali estava uma poção quase mágica para os incômodos do dia a dia.

A propaganda reflete o espírito de uma época em que a medicina popular e os remédios “milagrosos” estavam em alta, muitas vezes sem respaldo científico, mas com forte apelo no boca a boca e na tradição. A Revista A Cigarra, conhecida por circular entre as classes médias urbanas do Brasil nos anos 1920, reforçava a ideia de que produtos assim eram confiáveis e indispensáveis no lar. É interessante notar também como o medo das epidemias era utilizado para impulsionar a venda — afinal, ninguém queria ser pego desprevenido.

A Água dos Carmelitas Boyer usou o medo das epidemias em 1926 para se vender como remédio milagroso e versátil da época.

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