Propaganda Artificial

A Inteligência Artificial passa a produzir campanhas publicitárias e personagens irreverentes.

Em 2015, foi lançada em Londres primeira campanha do mundo que utilizou inteligência artificial. Nela, uma marca de café fictícia chamada Bahio monitorava as reações das pessoas a um pôster colocado em um ponto de ônibus e que se ajustava automaticamente.

Conectada a um sensor Kinect, a tela conseguia identificar se a pessoa gostou ou não do anúncio, e decidia se era preciso fazer alguma mudança no tamanho da fonte, imagem de fundo e até mesmo o layout da peça.

Se no início a IA captava a percepção do público, 8 anos depois seu uso foi além. 

Em 2024, durante o Festival Internacional da Criatividade Cannes Lions, foi apresentado o 1º comercial produzido em IA da história. A loja de brinquedos Toys ´R´ Us utilizou a OpenAI Sora para contar sua história na tela.


Já em 2025, a publicidade brasileira encontrou um terreno fértil para explorar esse recurso. A fim de baratear e facilitar a produção de vídeos, produtoras e agências de publicidade passaram a fazer uso das ferramentas.

Um exemplo foi a campanha contra a dengue, da Prefeitura de Ribeirão Preto, onde todas as imagens foram geradas por inteligência artificial. Os personagens até chegam a interagir, mas sem falas, e apenas uma locução conduz a peça.


Quem também adotou a medida foi a Prefeitura de Ulianópolis, no Pará. Promovendo sua tradicional festa junina, a cidade recorreu ao uso de IA na propaganda, e dessa vez até a voz dos personagens foram reproduzidas pela ferramenta. O vídeo acabou viralizando nas redes, tamanha a perfeição na composição dos cenários e na sincronia dos lábios e movimentos corporais dos personagens.


Se uma boa comunicação também passar por viralizar nas redes, o Magazine Luiza não perdeu tempo. A loja de varejo recorreu ao uso da IA para sua campanha de Dia dos Namorados. Por sinal a empresa é pioneira no Brasil no uso de uma influenciadora digital com a Lu do Magalu.

Mas dessa vez a empresa recorreu a outra personagem, a Marisa Maiô, uma apresentadora feita por inteligência artificial criada pelo artista Raony Phillips, e que já acumulou mais de 3 milhões visualizações nas redes sociais.

Inspirada nas apresentadoras dos programas da TV brasileira, Marisa interage dando sugestões de presentes para a data especial e oferece cupons de desconto para os consumidores no e-commerce.

Com os vídeos ultrarrealistas ganhando as redes, muitas marcas têm a possibilidade de aumentar seu alcance com custos menores. E como toda novidade, a saturação é inevitável, resta saber qual será o diferencial para que cada marca se sobressaia sobre as demais, utilizando recursos cada vez mais acessíveis. Afinal, mais do que uma campanha criativa, é preciso que ela se conecte com seu público.

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